Reconstruindo a vida: a mãe que se redescobre após o divórcio – Uma Jornada do Corpo e da Alma
- Erika Farias
- 22 de ago
- 4 min de leitura
Depois do divórcio, muitas mães sentem como se tivessem perdido não apenas o casamento, mas também uma parte de si mesmas. É o vazio na rotina, a dúvida sobre quem você é além da função materna, o medo de não dar conta de tudo sozinha.
Se você já sentiu isso, respira fundo: você não está sozinha. Essa dor é real, profunda e, muitas vezes, reflete aspectos importantes de como nos estruturamos ao longo da vida.
O divórcio como ponto de virada: A jornada da mãe após o divórcio
Apesar da dor, o divórcio também pode ser uma oportunidade de reencontro com você mesma. É como se, em meio às perdas, surgisse a chance de escrever um novo capítulo — dessa vez, com mais consciência sobre quem você é e o que deseja para a sua vida.
Muitas mulheres relatam que, depois do divórcio, redescobriram forças que não imaginavam ter, sonhos que estavam adormecidos e até novas formas de viver relacionamentos e a maternidade.
O corpo também mostra os caminhos da sua reconstrução: As Dores dos Traços de Caráter
Na análise corporal, entendemos que as emoções e experiências vividas na primeira infância, deixam marcas no corpo e na nossa mente." São essas marcas que formam os "traços de caráter", padrões de comportamento, pensamentos e sentimentos que nos ajudam a funcionar no mundo, mas que também carregam "dores" existenciais ativadas em momentos de crise, como o divórcio.
Ao se separar, muitas mães vivem a dor de seus traços, que se manifestam de formas muito particulares:
Para o traço Esquizoide: A dor pode ser um profundo sentimento de não pertencimento, de se sentir invisível ou "apagada", como se a própria identidade tivesse se dissolvido com o fim do casamento. Pode haver uma dificuldade de se reconectar com seu propósito e de encontrar seu lugar no mundo pós-divórcio, preferindo se isolar.
Para o traço Oral: A dor central é o medo avassalador do abandono e um vazio emocional intenso. A mãe pode sentir-se profundamente sozinha, buscar preencher essa carência rapidamente em novos relacionamentos ou se apegar excessivamente aos filhos como única fonte de afeto e segurança.
Para o traço Psicopata: A dor é o medo de ser manipulado ou de perder o controle. A mãe com esse traço pode sentir que foi enganada ou que perdeu seu poder na relação, e então busca, de forma compensatória, reaver o controle da situação, dos filhos ou até mesmo do ex-parceiro, muitas vezes escondendo sua vulnerabilidade.
Para o traço Masoquista: A dor se manifesta como um sentimento de humilhação e uma tendência a carregar o peso do mundo nas costas. A mãe pode sentir-se presa ao sofrimento, ter dificuldade em impor limites para si e para os outros e uma propensão a se sacrificar em excesso, adiando sua própria reconstrução por se sentir culpada ou indigna.
Para o traço Rígido: A dor central é o medo da traição, de ser trocada ou de não ser escolhida. Após o divórcio, essa mãe pode sentir-se falha ou não suficiente, esforçando-se para mostrar uma imagem de perfeição e independência, ou evitando novos envolvimentos para não reviver a sensação de ser preterida.
Reconhecer essas dores e entender como elas se manifestam nas suas relações e em suas reações é o primeiro passo para uma reconstrução consciente e profunda, que vai além do "superar" para o "ressignificar".
Identificou-se com alguma dessas dores? Entender a seu padrão de funcionamento é o primeiro passo para transformar esses desafios em pura potência. Permita-se olhar para você com um novo conhecimento e acolhimento.

Como se redescobrir após o divórcio
✨ Aqui estão algumas estratégias práticas para esse processo de reconstrução, que podem ser ainda mais potentes quando você entende suas próprias dores e padrões:
Resgate seus hobbies e sonhos.
O que você fazia e amava antes de se casar? Dançar, escrever, estudar, viajar? Permita-se retomar esses prazeres. Isso não é egoísmo, é uma necessidade para nutrir sua essência.
Crie uma nova rotina com espaço para você.
Não se limite apenas às demandas da maternidade. Reserve um tempo só seu, mesmo que seja pequeno, mas que seja só seu. Seja para um banho demorado, uma leitura ou apenas para um café em silêncio.
Permita-se recomeçar.
Seja em relacionamentos, projetos ou estudos, dê uma chance para o novo. Cada recomeço é também uma forma de cura e uma oportunidade de escrever uma nova história sem as amarras do passado.
Construa sua rede de apoio.
Amigas, familiares, grupos de mães, terapia — estar cercada de pessoas que acolhem e compreendem faz toda a diferença. Compartilhar suas vivências alivia o peso e oferece novas perspectivas.
Busque autoconhecimento através do corpo.
A análise corporal é uma ferramenta poderosa para você identificar seus traços de caráter, compreender como eles operam em sua vida e, assim, transformar as dores em potências. Conhecer suas próprias tendências e padrões ajuda a quebrar ciclos e a agir de forma mais consciente.

Um novo olhar para si mesma
Você não perdeu quem você é. Pelo contrário: agora tem a chance de se reencontrar com uma profundidade que talvez nunca tenha experimentado. Essa fase pode revelar uma mulher mais madura, mais forte e, ao mesmo tempo, mais inteira para si mesma e para os filhos, construindo uma versão autêntica e resiliente.
🌸 Guarde no coração: o divórcio não define o seu fim, mas pode ser o início de uma nova versão de você, mais consciente do seu corpo, da sua alma e do seu poder de reconstrução.
O divórcio pode ser o início de uma nova versão de você: mais forte, consciente e inteira. Não espere mais para iniciar essa redescoberta profunda e ressignificar sua jornada!



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